quinta-feira, 19 de maio de 2011

MOTIVAÇÃO

Porque é que há crianças que estudam constantemente sem que pareça custar-lhes muito, e outros, pelo contrário, não há maneira de o fazerem, ainda que os castiguem, e que se lhes fale claramente, serenamente, das consequências que a sua preguiça lhes vai trazer?

Parece claro que estamos a falar de algo que não é questão de coeficiente intelectual:
É fácil verificar que as pessoas mais esforçadas e motivadas não 
coincidem com as de maior coeficiente intelectual.
Há pessoas inteligentíssimas que são muito preguiçosas, 
e há pessoas de muito poucas luzes que mostram uma perseverança admirável. Porquê?
- Será uma questão de força de vontade, suponho eu.
Sim, mas falta uma motivação para pôr em andamento a vontade.
Nossa aluna Lorena chegou aqui no Instituto com muitas tarefas escolares e usando o escritório com uma boa música, que acalmava seus sentimentos, conseguiu fazer as 5 tarefas sem se dispersar um minuto se quer.
   
A forma de educar, dificulta ou favorece a motivação


O mundo emocional de cada um dificulta ou favorece a sua capacidade de pensar, de sobrepor-se aos problemas, de manter com constância alguns objectivos. Por isso, a educação dos sentimentos estabelece um limite da capacidade 
de fazer render os talentos de cada um.

Atividades realizadas no Instituto Mestre Acordeon,
 baseado no texto Educação na Aldeia com algumas adaptações do texto relatado a cima
(Alfonso Aguilló) – tradução, para a Aldeia, de Ana Palma

IMPORTANTE RELATAR QUE UTILIZAMOS ESTES TEXTOS 
COM TODO O DEVIDO RESPEITO SOMENTE EM PROL AO
TRABALHO DE EDUCAÇÃO DESENVOLVIDO 
NO INSTITUTO MESTRE ACORDEON

terça-feira, 10 de maio de 2011

Elogie do Jeito Certo

Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante. Uma tarefa de média dificuldade foi proposta para que as crianças conseguissem executar sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo.  Em seguida, foram divididas 
em dois grupos.
O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada criança.



O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.


Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem qualquer tipo de consequência.
As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.


A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”. As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, se aprofundaram melhor em cada atividade.



No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, as crianças precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.



As crianças precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”, “parabéns por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ética”, “fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram... você é solidária”
  Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso é incentivo real.


Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual. “Que linda você é amor”, “acho você muito esperto”, “Como você é charmoso”, “que cabelo lindo”, “seus olhos são tão bonitos”. Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”. Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.

Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.
Que nossas crianças recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa.
 
Atividades  desenvolvidas no Projeto Kirimurê, baseadas nas teorias do educador, MARCOS MEIER - Mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante.